Balanço do branco
(White balance) a câmera de vídeo, ao contrário ser humano,
não é capaz de efetuar compensações e correções nos desvios da temperatura de
cor com que os objetos são iluminados. Para se corrigir esta distorção, uma das
possibilidades é o uso de filtros coloridos sobre a objetiva da câmera (CC -
color correction filters). Assim, um filtro azulado corrigirá excessos de tons
avermelhados por exemplo. Existem dezenas de graduações de intensidade de
filtros para corrigir cada tonalidade de cor; para determinação mais precisa do
melhor filtro a ser aplicado sobre a objetiva, utiliza-se um medidor de
temperatura de cor.
Um processo mais preciso e mais prático no entanto é operado
através de um circuito eletrônico denominado balanço do branco (white balance),
presente em praticamente todos os modelos de câmeras. Este circuito (que pode
funcionar automaticamente ou no modo manual) corrige a receptividade da câmera
às diferentes cores balanceando (daí seu nome) as quantidades das cores
componentes do espectro que forma a luz branca, deslocando sua composição em
direção à tonalidades avermelhadas (para corrigir excesso de tons azulados) ou
azuladas (para corrigir excesso de tons avermelhados). Na realidade a câmera
não analisa todas as cores do espectro para obter este ajuste: como as cores
são obtidas através de micro-janelas coloridas sobre o CCD (câmeras de 1 CCD)
ou prismas desviando luz para os CCDs (câmeras com 3 CCDs), sempre nas 3 cores
básicas do sistema RGB, basta analisar a intensidade de cada um desses 3
componentes, vermelho, verde e azul. Em outras palavras, o circuito eletrônico
compensa as variações de tonalidade ajustando o "controle de volume"
de cada uma das 3 cores, que é no que consiste o processo de balanceamento do
branco.
O exemplo abaixo mostra a separação das cores RGB (3 imagens
da direita) feita pela câmera, que compõem a imagem da esquerda:

A lateral do ônibus é um sua maior parte branca: as imagens
da direita mostram contribuição praticamente idêntica de cada cor básica com
essas partes brancas. A faixa ondulada, em seu interior é azul: as imagens da
direita mostram que quase não existe vermelho em sua composição (por isso a
faixa aparece escura no sinal vermelho), existe um pouco de verde (a faixa é
bem escura no sinal verde) e existe muito azul (a faixa é azul no sinal azul).
No modo automático de ajuste (presente na maioria das
câmeras e denominado "auto white balance"), o circuito automático de
ajuste analisa a iluminação da cena para a qual a câmera foi direcionada e
tenta encaixar a situação em uma das seguintes situações padrão:
"interiores" ('indoor' / 'tungsten' ou 'incandescent', onde a mesma
assume iluminação feita através de lâmpadas incandescentes),
"exteriores" ('outdoor' ou 'sun', onde assume luz normal do dia) e
"luz fluorescente" ('fluorescent'). O circuito constantemente lê a
tonalidade recebida pela câmera e tenta fazer o balanceamento da seguinte
forma: procura pela parte mais clara da imagem e assume que o trecho encontrado
deveria ser branco. Ajusta a seguir a intensidade de cada cor RGB até que o
trecho referido fique branco (RGB com mesma intensidade de Red, Green e Blue).
Porém, se não houver nenhuma parte de cor branca na imagem,
o circuito do white balance automático será enganado: o resultado será uma
tonalidade falsa na imagem. Um exemplo disto é quando a câmera enquadra
totalmente um papel branco iluminado por uma lâmpada incandescente e o balanço
do branco está no modo "auto white balance": o papel ficará com
tonalidade alaranjada. Ou então repetindo-se a situação sob uma lâmpada
fluorescente do tipo "branca fria": o papel ficará com tonalidade
beje claro.
Além destes problemas, raramente o circuito é rápido o
suficiente para efetuar as correções no tempo adequado quando as condições de
iluminação mudam repentinamente. Por isso, em muitas câmeras não existe esta
opção totalmente automática: o auto white balance na realidade tem que ser
sempre ajustado para uma das 3 posições fixas: "exteriores" /
"interiores" / "luz fluorescente". Este é o modo
semi-automático.
Ainda assim, mesmo que a câmera possua a opção de ajuste
totalmente automático, além de ter também as opções pré-fixadas mencionadas
acima, quanto se conhece previamente o ambiente no qual será efetuada a
gravação, é possível, ao invés de se utilizar o modo totalmente automático,
utilizar o modo semi-automático, selecionando-se por exemplo "exteriores".
No entanto, também este modo apresenta problemas: um mesmo tipo de ajuste
("exteriores", no caso) apresenta variações de tonalidade no decorrer
do dia (amanhecer, meio-dia, entardecer).
Assim, a melhor e mais precisa alternativa (não disponível
em todos os modelos de câmeras) é efetuar o ajuste totalmente manual do balanço
do branco, processo é conhecido como 'bater o branco'.
As imagens abaixo mostram xícaras de café gravadas sob
condições diferentes de iluminação e ajustes da câmera:

Nas três primeiras imagens a iluminação foi feita com luz
fluorescente comum. Na imagem 1, a regulagem "exteriores" da câmera
diminuiu o azul, fato que somado ao excesso de verde/azul da luz fluorescente
resultou no tom levemente rosado. Na imagem 2, a regulagem "interiores"
da câmera diminuiu o vermelho, que associado ao verde azulado da iluminação
resultou em um azul ressaltado. A imagem 3 mostra a cor real das xícaras: foi
efetuado o batimento manual do branco. Nas imagens da fileira de baixo a
iluminação foi mudada para luz incandescente. Na imagem 4, a diminuição do azul
acarretada pela regulagem "exteriores" somada ao excesso de vermelho
da luz incandescente resultou no tom alaranjado. Na imagem 5 a combinação
estava correta: ajuste "interiores" com luz incandescente. A cor
melhorou, mas o ajuste pré-fixado da câmera não consegue superar a precisão do
ajuste manual da imagem 6, onde novamente foi batido o branco.
Fonte:http://www.fazendovideo.com.br/vtluz.asp